Download document

KAMBEBA, Márcia Wayna



Indio, eu não sou


Não me chame de “indio” porque,

Esse nome;nunca me pertenceu,

Nem como apelido quero levar,

Um ero que colombo cometeu


Por um erro de rota, senhor

Cabral em meu solo desembarcou

Eno desejo de nas Indias chegar,

Com nomo de “Indio” me apelidou.


Esse nome me traz muita dor,
Nosso canto, ima bala silenciou,

Minha alma inquieta ficou,

Meu grito na mata ecoou.


Chegou tarde, eu ja estava aqui,

Caravela aportou bem ali,

Eu vi may-tini subir,

Na minha uka me escondi.


Ele velo sem ter permissão.

Com & cruz e espada na mão,

Nois seus olhos, uma missão,

Dizimar em nome de civilazacão


Ouve agora o que tenho a te faiar,

Não sou “indio” e venho mosqtrar,

A palavra certa a pronuciar,

Povo, etnia, é como deves chamar.


‘Indio”, eu não sou!

Sou Kambebza, sou Tembé,

Sou Kokama, sou Sateré

Resistindo na raça ena fé.


Indiaan, dat ben ik niet


Noem mij geen “indiaan” want

Die naam hoorde nooit bij mij,

Zelfs als bijnaam wil ik niet

Columbus' fouten dragen.


Het reisplan was niet goed, mijnheer,

Cabral ging op mijn grond aan wal,

En met de zucht naar India,

Noemde hij me “Indiaan”.


Die naam doet mij veel pijn,

Ons lied verstilde in een kogel,

Mijn ziel had nooit meer rust,

Mijn schreeuw werd echo in het woud.


Hij kwam te laat, ik was al hier,

De schepen meerden hier al af,

May-tini, witteman, kwam, zag ik,

En schuilde in mijn uka huis.


Zonder toestemming kwam hij,

Met kruis en zwaarden in de hand,

Een missie in de ogen,

Decimeren, in naam van de beschaving.


Hoor nu wat ik te zeggen heb,

Ik ben geen “Indiaan” maar wil je leren

Het woord dat je gebruiken moet,

Volk, etnie, moet je me noemen.


Want “Indiaan” dat ben ik niet!

Ik ben Kambeba, ik ben Tembé,

Ik ben Kokama, Sateré,

…..

vertaling Jan Oldenburg





Silêncio Guerreiro


No território indígena,

O silêncio é sabedoria milenar,

Aprendemos com os mais velhos

A ouvir, mais que falar.


No silêncio da minha flecha,

Resisti, não fui vencido,

Fiz do silêncio a minha arma

Pra lutar contra o inimigo.


Silenciar é preciso,

Para ouvir com o coração,

A voz da natureza,

O choro do nosso chão,


O canto da mãe d’água

Que na dança com o vento,

Pede que a respeite,

Pois é fonte de sustento.


É preciso silenciar,

Para pensar na solução,

De frear o homem branco,

Defendendo nosso lar,

Fonte de vida e beleza,

Para nós, para a nação!


Silent Warrior


In indigenous territory,

Silence is ancient wisdom,

We learn from the elders

To listen, more than talking.


In the silence of my arrow,

I resisted, I was not defeated,

I made silence my weapon

To fight against the enemy.


To be silent is necessary,

To listen with the heart,

The voice of nature,

The sobbing of our earth,


The song of water mother

In the dance with the wind,

Ask that we respect her,

The source of our sustenance.


It is necessary to be silent,

To think about the solution,

To restrain the white man,

Defending our home,

Source of life and beauty,

For us, for the nation!